António Gaspar > Epicondilite: qual é o tratamento mais eficaz?

Epicondilite: qual é o tratamento mais eficaz?

O que é a Epicondilite?

A epicondialgia (dor no cotovelo ou epicondilite), ou também conhecida por cotovelo de tenista (apesar do ténis ser causa direta em apenas 5% dos casos), é caracterizada por dor lateral do cotovelo que afeta cerca de 3% da população e é considerada como uma lesão de sobrecarga, microtraumatismo, dos tendões dos extensores do punho e está associada a limitação funcional.

Qual é o melhor tratamento para a Epicondilite?

Ao longo dos anos, várias têm sido as abordagens para resolver esta condição, umas a funcionar melhores que outras:

  • Cirurgia de desbridamento do tendão não apresenta benefício adicional quando comparada à cirurgia placebo; 
  • Injeções com corticosteroides mostraram obter piores resultados no seguimento de doentes após um ano; 
  • Acupuntura não reuniu evidencia que suportasse a sua eficácia por mais de 24h; 
  • Ondas de choque surgem ter pouca ou moderada evidência científica no tratamento da condição; 
  • Aplicação de ligaduras funcionais têm eficácia no imediato na melhoria da dor e força;
  • A conjugação de alongamento e mobilização e exercícios de fortalecimento é uma ferramenta para alívio da sintomatologia mais eficazes e que podem ser complementados com massagem para efeitos a curto-prazo e mobilização da coluna cervical e torácica.

De um artigo publicado em 2021 de autoria de Ikonen refere que cerca de 90% das pessoas que têm sinais compatíveis com epicondilite resolvem a sua situação clínica em 1 ano e sugere ainda que a persistência de sintomas não é motivo para alarme sendo que a resolução espontânea do problema deve acontecer em meses.

No entanto, a Fisioterapia tem ferramentas, como massagem, mobilização e exercício, que poderão ser úteis no alívio dos sintomas

Referências Bibliográficas:

Bisset, L., Coombes, B., & Vicenzino, B. (2011). Tennis elbow. BMJ clinical evidence, 2011, 1117. 

Kroslak, M., & Murrell, G. (2018). Surgical Treatment of Lateral Epicondylitis: A Prospective, Randomized, Double-Blinded, Placebo-Controlled Clinical Trial. The American journal of sports medicine, 46(5), 1106–1113. https://doi.org/10.1177/0363546517753385 

Coombes, B. K., Bisset, L., Brooks, P., Khan, A., & Vicenzino, B. (2013). Effect of corticosteroid injection, physiotherapy, or both on clinical outcomes in patients with unilateral lateral epicondylalgia: a randomized controlled trial. JAMA, 309(5), 461–469. https://doi.org/10.1001/jama.2013.129 

Green, S., Buchbinder, R., Barnsley, L., Hall, S., White, M., Smidt, N., & Assendelft, W. (2002). Acupuncture for lateral elbow pain. The Cochrane database of systematic reviews, 2002(1), CD003527. https://doi.org/10.1002/14651858.CD003527 

Karanasios, S., Tsamasiotis, G. K., Michopoulos, K., Sakellari, V., & Gioftsos, G. (2021). Clinical effectiveness of shockwave therapy in lateral elbow tendinopathy: systematic review and meta-analysis. Clinical rehabilitation, 35(10), 1383–1398. https://doi.org/10.1177/02692155211006860 

George, C. E., Heales, L. J., Stanton, R., Wintour, S. A., & Kean, C. O. (2019). Sticking to the facts: A systematic review of the effects of therapeutic tape in lateral epicondylalgia. Physical therapy in sport : official journal of the Association of Chartered Physiotherapists in Sports Medicine, 40, 117–127. https://doi.org/10.1016/j.ptsp.2019.08.011 

Karanasios, S., Korakakis, V., Whiteley, R., Vasilogeorgis, I., Woodbridge, S., & Gioftsos, G. (2021). Exercise interventions in lateral elbow tendinopathy have better outcomes than passive interventions, but the effects are small: a systematic review and meta-analysis of 2123 subjects in 30 trials. British journal of sports medicine, 55(9), 477–485. https://doi.org/10.1136/bjsports-2020-102525 

Hoogvliet, P., Randsdorp, M. S., Dingemanse, R., Koes, B. W., & Huisstede, B. M. (2013). Does effectiveness of exercise therapy and mobilisation techniques offer guidance for the treatment of lateral and medial epicondylitis? A systematic review. British journal of sports medicine, 47(17), 1112–1119. https://doi.org/10.1136/bjsports-2012-091990