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Tenossinovite de Quervain

Tenossinovite de Quervain

Nestes novos tempos em que estamos confinados à nossa própria casa, em que as tecnologias (computadores, tablets e smartphones) ganham ainda mais relevância e se tornam cruciais na manutenção deste novo conceito de “vida social e profissional”, achamos importante abordar esta lesão – Tenossinovite de Quervain – que nos pode condicionar.

O que é a Tenossinovite de Quervain?

A Tenossinovite de Quervain é uma inflamação da bainha do longo abdutor e do curto extensor do polegar, no 1º compartimento radial do punho. Estes músculos são responsáveis pelo movimento de “afastar” o polegar dos restantes dedos.

Sem entrar em grandes pormenores é necessário explicar que estes tendões atravessam um túnel que lhe permite “realizar força” sem que o sentido desta se altere. O consequente processo inflamatório da bainha causa a diminuição do espaço existente, comprimindo desta forma os tendões e dificultando/impossibilitando o seu deslize.

O que causa a Tenossinovite de Quervain?

Esta situação está associada principalmente a gestos repetidos e a uso de força excessiva para as capacidades de determinado indivíduo nas atividades diárias de mão e punho. Em alguns casos não há uma causa bem definida, porém pessoas que passam horas ao computador sem realizar as devidas pausas e exercícios de alongamento para músculos de mãos e punhos podem desenvolver este processo inflamatório. Todos os restantes trabalhos manuais repetitivos podem estar na origem desta tenossinovite.

Os estudos indicam ainda que as mulheres a rondar os 50 anos são o grupo mais afetado. É igualmente comum o surgimento de sintomas no pós-parto. Isto deve-se a todos os cuidados prestados ao bebé.

Sintomas

A sintomatologia numa primeira fase surge de forma súbita caracterizando-se por dor mecânica e ardor. Essa dor pode estender-se à mão e a cotovelo e ombro. Sinais inflamatórios como edema, rubor e calor podem também surgir nesta fase.

Numa segunda fase os principais sinais inflamatórios diminuem assim como a função daquele segmento. É também visível ligeira diminuição da força da músculatura afetada e rigidez articular com ligeira deformidade.

Na fase crónica da patologia a presença de deformidade é evidente, acorrendo atrofia das várias estruturas.

O que deve fazer nesta situação:

O mais sensato nestas situações passa por iniciar a aplicação de gelo local e repouso, com o auxílio de uma ligadura funcional ou ortótese específica.

Numa fase inicial os sintomas podem ser atenuados ou até eliminados com a alteração dos gestos repetido/incorretos. Se essa causa for abolida a sintomatologia desaparece.

Desta feita, torna-se imperativo consultar o seu Fisioterapeuta ou Médico de forma célere.

A abordagem da Fisioterapia terá obrigatoriamente que ser realizada numa perspetiva global. Os tratamentos não se cingem ao punho e dedo, mas também a todo o membro superior e coluna vertebral. Para além disso todos os comportamentos/gestos desencadeantes devem ser identificados e posteriormente alterados.

Somente com esta abordagem global se torna possível obter resultados e perpetuá-los.

Texto da autoria do Fisioterapeuta Miguel Estevão