Alimentação e Hidratação – Doentes com COVID-19 em Autocuidados

Recomendações para a População em Geral

Os sintomas da COVID-19 podem dificultar uma alimentação adequada que permita assegurar as necessidades nutricionais. Para além disso, de forma a garantir uma resposta imunitária eficaz ao vírus, as necessidades energéticas e nutricionais do organismo aumentam.

Em média numa infeção respiratória as necessidades energéticas amentam cerca de 400 a 500 quilocalorias (kcal). Conseguimos suprir estas necessidades com um pequeno lanche:

• 1 Copo de leite
• 1 Banana
• 1 Pão de mistura
• 1 Fatia de queijo

A falta de nutrientes poderá levar o organismo a utilizar as suas reservas, nomeadamente tecido muscular e isto poderá, por exemplo, levar à redução da força dos músculos respiratórios, o que poderá dificultar a respiração. Deste modo, uma alimentação saudável ajuda a promover uma resposta eficaz à doença respiratória e reduz o risco de infeções secundárias. A fruta e os hortícolas são uma boa fonte de vitaminas, tais como a vitamina A, C e ácido fólico, que fortalecem o sistema imunitário. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo de cerca de 400 g de fruta e hortícolas por dia. Para garantir esta ingestão:

• Inicie o almoço e o jantar com uma sopa de hortícolas;
• Consuma 3 peças de fruta por dia.

Recomendações em Função dos Sintomas de COVID-19

Perda de apetite

Ao verificar uma diminuição do apetite, pode ser útil enriquecer nutricionalmente as refeições para assegurar uma ingestão adequada. Dê preferência a alimentos com elevada densidade energética e nutricional, ou seja, privilegie alimentos que numa pequena porção/dose fornecem mais energia e nutrientes:

• Frutos oleaginosos/secos (nozes, amêndoas, avelãs…);
• Sobremesas lácteas (arroz doce, leite creme ou pudim);
• Batidos de fruta;
• Papas lácteas e não lácteas;
• Incluir leguminosas na sopa (feijão, grão-de-bico, ervilhas…);
• Sopas enriquecidas com carne, peixe ou ovo.

Tosse

• Evitar alimentos/bebidas muito quentes ou muito frios;
• Optar por alimentos macios e húmidos (p. ex. sopa);
• Durante a refeição deve sentar-se na posição vertical. Evitar inclinar-se ou sentar-se em cadeiras reclináveis;
• Evitar o uso de palhinhas, pois estas podem forçar o líquido a entrar mais rapidamente para a parte posterior da boca e causar tosse.

Alterações no olfato e paladar

• Alimentos frios ou à temperatura ambiente podem ter melhor sabor face aos quentes;
• Adicionar ervas aromáticas e especiarias ao prato poderá estimular o paladar;
• Se percecionar um sabor metálico, opte por utilizar utensílios (garfo, faca, colher) de plástico ou de madeira.

Sintomas Gastrointestinais

• Em caso de diarreia evitar alimentos ricos em gordura, alimentos com lactose (leite e derivados), alimentos que provoquem flatulência (p. ex. feijão, grão-de-bico, ervilhas…), refeições condimentadas, bebidas gaseificadas, bebidas com cafeína, bebidas alcoólicas;
• Reforçar a hidratação.

O reforço da hidratação é fundamental numa infeção respiratória, pois os líquidos podem tornar as secreções mais fluídas e será mais fácil eliminálas. Em caso de febre e de sintomas gastrointestinais as necessidades de água são maiores.

Fique atento aos sinais de desidratação: aumento da sede, boca seca, aumento da frequência cárdica, cansaço e confusão, redução da produção de urina e cor da urina.

Receitas

Batido de banana e cacau

(reforço da densidade e nutricional) Ingredientes (1 pessoa)

• 1 Banana
• 2 Iogurtes naturais (125g cada)
• 1 Colher de sopa de cacau em pó (10g)
• 1 Colher de sopa de leite gordo em pó (10g)

Coloque os ingredientes num liquidificador e triture até obter uma mistura homogénea.

Água aromatizada de limão canela e hortelã

(reforço da hidratação) Ingredientes:

• 1 Pau de canela
• 3 Folhas de hortelã
• 1 Casca de limão
• 200 ml de Água

Coloque os ingredientes num jarro ou numa garrafa e deixe em infusão durante pelo menos 2h.

NOTA: Para doentes com comorbilidades (p. ex. diabetes, hipertensão, doentes imunodeprimidos, etc.), este aconselhamento genérico poderá ter de ser ajustado, pelo que é recomendado aconselhamento nutricional individualizado.

Bibliografia

Susana Teixeira | Nutricionista 1012N

FONTE: https://alimentacaosaudavel.dgs.pt/activeapp2020/wp-content/uploads/ 2020/05/AlimentacaoAutocuidados_Doente.pdf (ADAPTADO)