A Importância do Trabalho de Pliometria na Reabilitação do LCA

A capacidade de produzir força, ainda que em diferentes níveis, é essencial, quer estejamos a falar de pessoas fisicamente ativas ou atletas profissionais. Quando associamos a necessidade de produzir força ao pouco tempo, falamos de potência, e essa qualidade física é necessária trabalhar e o Fisioterapeuta pode trabalhá-la através da introdução de exercícios de pliometria, vulgarmente designados por exercícios de salto.

Introduzir estes exercícios carece de uma avaliação cuidada para entender o momento adequado para o fazer e, apesar de ainda não ser completamente consensual na comunidade, há indicadores que devem ser considerados para a sua introdução como: ausência de dor e/ou edema, amplitude articular conservada, controlo neuromuscular adequado, equilíbrio e estabilidade e resistência e indicadores de força ajustados a cada fase da recuperação. Indicadores como idade, severidade da lesão, necessidade ou não de abordagem cirúrgica, entre outros, também devem ser considerados.

Apesar de associarmos estes exercícios a fases mais avançadas da recuperação, poderão ser introduzidos exercícios de carácter preparatório quando ultrapassada a fase aguda imediata. Necessariamente, a evolução e progressão deste tipo de exercícios está dependente da avaliação e da capacidade de o atleta adquirir as competências físicas necessárias como a capacidade de absorver força, desenvolver propulsão, integrar o ciclo de alongamento-encurtamento em toda a plenitude e levar este à máxima exigência. É nesta última fase que são introduzidos exercícios multidirecionais com perturbações externas, padrões de movimento distintos e mais complexos e associados a intensidades altas de forma a reproduzir o ambiente a que o atleta vai ser exposto.

A pliometria há muito que está no dia-a-dia da prática dos Fisioterapeutas, mas a criação de normas e procedimentos para a introduzir e a evidência que tem sido produzida em torno da sua importância tem a levado para outro patamar de destaque. Esta é uma estratégia, entre outras, que não pode ser descurada nos planos de reabilitação e, numa abordagem centrada na pessoa, tem que se feita com critério e segurança de forma a reintegrar o indivíduo na sua vida e prática desportiva em plena capacidade física.

Referências Bibliográficas:

> Nessler, T., Denney, L., & Sampley, J. (2017). ACL Injury Prevention: What Does Research Tell Us?. Current reviews in musculoskeletal medicine, 10(3), 281–288. https://doi.org/10.1007/s12178-017-9416-5

> Crossley, K. M., Patterson, B. E., Culvenor, A. G., Bruder, A. M., Mosler, A. B., & Mentiplay, B. F. (2020). Making football safer for women: a systematic review and meta-analysis of injury prevention programmes in 11 773 female football (soccer) players. British journal of sports medicine, 54(18), 1089–1098. https://doi.org/10.1136/bjsports-2019-101587

> Martins, E., Janela D. (Dez. 2021) Pliometria – Quando e Como Prescrever. Revista de Fisioterapia Desportiva. 16-18.