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Fisioterapia por videochamada traz ótimos resultados
No dia 16 de fevereiro, a Beatriz Pinto Coelho fraturou a tíbia. Esta lesão afetou-lhe a marcha e limitou todas as atividades físicas. Iniciou rapidamente as sessões de fisioterapia, que tinham como objetivo devolver-lhe a autonomia para fazer o que mais gosta: bodyboard e ballet.
As sessões da Beatriz começaram na semana antes de ser decretado o Estado de Emergência Nacional. Por isso, só lhe foi possível realizar duas sessões antes de a Clínica (e o País) encerrar portas. A reabilitação não podia parar e a solução encontrada foram as sessões de fisioterapia por videochamada.
A fisioterapia por videochamada e os seus desafios
A maior parte dos profissionais de saúde estão habituados a contactar com os utentes de forma presencial e os fisioterapeutas, em particular, utilizam a observação do movimento para a sua avaliação.
O recurso à fisioterapia por videochamada foi a melhor solução encontrada pela Clínica para manter o contacto com os nossos utentes durante o Estado de Emergência Nacional, já que permite que haja diálogo e observação do movimento.
No entanto, não foi possível utilizar este recurso com todos. Em parte, por dificuldades de acesso a dispositivos eletrónicos por parte de alguns utentes e, por outro, por não ser estritamente necessário esse acompanhamento.
Face a estas situações, a Clínica tomou a decisão de seguir quem se enquadrava nestas condições, com planos individualizados de exercícios e chamada telefónica realizada pela nossa equipa de fisioterapeutas.
Como é possível fazer fisioterapia em casa?
Os resultados foram bastante surpreendentes e foi possível acompanhar os utentes e cumprir os objetivos definidos anteriormente com eles.
Uma grande parte dos utentes já realizava exercício físico na clínica, o que facilitou a adaptação à fisioterapia em casa. Claro que teve de haver alguns ajustes nas cargas e trocar halteres por outros objetos, como garrafões de água, por exemplo. Outra ferramenta que utilizámos foram as aplicações disponíveis, pois permitem dar alguns dados de amplitude de movimento.
Com vontade e grande capacidade de autonomia e resiliência dos utentes foi possível aprender muito com esta fase. Além disso, fez-nos pensar também em novos modelos de atuação da nossa parte para, por exemplo, chegar até pessoas que não nos podem visitar presencialmente.
Evolução da Beatriz
A fase inicial foi talvez a mais desafiante, pois era necessário realizar algumas técnicas de mobilidade articular passiva, ou seja, com recurso a outra pessoa. Nesta fase, a mãe da Beatriz foi uma excelente ajuda. Isto porque que executou essas técnicas de acordo com as orientações do Fisioterapeuta Luís Correia. Assim, rapidamente conseguiram, em conjunto, que a Beatriz atingisse os objetivos de mobilidade.
Seguiu-se o retirar dos auxiliares de marcha e a Beatriz começou a dar os primeiros passos, ainda com receio, e claro, com a ajuda da mãe. Estes dias foram os mais complicados para o fisioterapeuta Luís, pois por hábito está junto do utente para precaver qualquer incidente, dar-lhe incentivos verbais ou utilizar o toque como facilitador de movimento.
As fases seguintes foram todas cumpridas com sucesso e com muita motivação por parte da Beatriz, que sempre se empenhou em regressar o mais rápido possível à sua rotina pré-lesão. Realizou de forma metódica e cuidadosa toda a sua rotina de exercícios e, 3 meses após a lesão, voltou ao mar e ao ballet.
A experiência para Beatriz
“Ao princípio tive medo e queria estar boa a 100%, para poder fazer bodyboard e dançar, que são as coisas que mais gosto de fazer. Mas o Luís, o meu fisioterapeuta, transmitia-me imensa calma, explicava tudo o que eu tinha de fazer, e disponibilizou-se a 100% para me conseguir ajudar.
Tive muita sorte porque a minha mãe ajudou-me muito e puxou muito por mim. Como estivemos todos de quarentena, a minha mãe impôs uma regra: eu, o meu irmão, a minha irmã e a minha mãe tínhamos que fazer exercício físico. Isto também me ajudou muito na recuperação, porque nestes treinos podia aplicar os exercícios que o Luís dava e, assim, sentia-me muito mais descansada a treinar.
A minha fisioterapia era 3 vezes por semana, durante 2 meses. Voltei a fazer bodyboard no dia 13 de maio e já me consigo por em pontas, algo que eu achava que só ia conseguir fazer em setembro.
Portanto, consegui recuperar a 100% e foi sem dúvida uma experiência de que nunca vou esquecer.
Importância do regime de treino para uma recuperação bem sucedida
O treino deve ser constante e cumulativo, respeitando as várias estruturas do nosso corpo e as cargas que lhe são impostas. Para que tenha efeitos, deve ser realizado de forma assídua e de acordo com a prescrição do fisioterapeuta para reabilitação ou, em casos de performance, por um fisiologista do exercício.
Na fisioterapia utilizamos este pensamento como regra e para que as pessoas entendam que o exercício físico é algo que as deve acompanhar durante a vida para que tenha os efeitos pretendidos. Além disso, deve ser divertido e entusiasmante para a pessoa ou, caso contrário, esta vai desistir rapidamente.
Com esta dedicação e acompanhamento profissional é possível continuar a reabilitação à distância, recorrendo à fisioterapia por videochamada.