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Lesões SLAP

As lesões antero-posteriores do labrum, conhecidas como lesões SLAP, implicam limitações significativas em muitos atletas em particular aqueles que participam em desportos com movimentos repetitivos acima do nível da cabeça como voley, natação, andebol, polo aquático, andebol, basquetebol, entre outros e, frequentemente, surgem associadas a outras lesões do complexo articular do ombro. Geralmente estas lesões são causadoras de dor intensa e perda de mobilidade.

O diagnóstico deste tipo de lesões não é simples já que o exame físico pode ser inconsistente e ambíguo e, mesmo recorrendo a exames complementares de diagnóstico como a ressonância magnética e a um olho treinado, é possível não se chegar a um quadro clínico conclusivo pelo que é necessário fazer uma completa anamnese que considere a história clínica, o exame físico e imagiológico de forma a suportar a intervenção que pode ser cirúrgica ou conservadora.

As lesões SLAP podem beneficiar da intervenção da Fisioterapia e, no caso desta não cumprir com os objetivos é que deve ser dado seguimento à cirurgia que apresenta de bons a excelentes resultados e contribui para elevados níveis de satisfação dos doentes, pelos estudos considerados. No entanto, a mesma não é isenta de dor e limitação articular no pós-operatório.

Os programas de reabilitação, que se podem estender até 7 meses se o atleta praticar atividade desportiva com movimento acima do nível da cabeça, e progridem desde mobilização passiva na amplitude disponível, até movimentos ativos, de fortalecimento geral do membro superior e cintura escapular. As atividades orientadas para o gesto desportivo podem ser introduzidas pela 7ª semana pós-operatória aumentando a sua complexidade em função do tempo, objetivos alcançados e avaliação do atleta

O regresso ao desporto depois de um processo de recuperação, cirúrgico ou não, de uma lesão SLAP é sempre uma questão crítica pelo que a equipa clínica deve estar articulada e munida de testes e indicadores objetivos que assegurem, com mais certezas, um regresso à atividade desportiva mais seguro.

Da investigação que tem sido feita, o regresso à atividade desportiva não é algo linear e pode depender de vários fatores, nomeadamente: a abordagem cirúrgica, o protocolo de reabilitação seguido, se a cirurgia decorreu no lado dominante, ou não, idade, entre outros. Apesar da complexidade deste quadro, dos estudos feitos, 70% dos indivíduos que foram sujeitos a cirurgia artroscópica às lesões SLAP regressaram ao seu desportivo e atividade competitiva.

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Referências bibliográficas:

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